terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Podemos venerar as imagens dos santos?

   Desde os primeiros séculos, os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos santos e dos anjos, não para adorá-las, mas para venerá-las. As catacumbas e as igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do início de século III. É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem. O Catecismo da Igreja traz uma cópia dessa imagem (Ed. de Bolso, Ed. Loyola, pág 19).
   É o caso de se perguntar, então: “Será que os cristãos foram “idólatras” por cultuarem essas imagens?”. É claro que não. Eles foram santos, mártires, derramaram, muitos deles, o sangue em testemunho da fé. Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de idólatras. O Concílio de Nicéia II, em 787, declarou: “Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos” (Catecismo da Igreja Católica, n.1161).
   Deus nunca proibiu fazer imagens, e sim “ídolos”, deuses, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova disso é que Deus ordenou a Moisés que frabicasse imagens de dois querubins e que também pintasse seus imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança.
Confirme Isso nestas passagens: Êx 25, 18s; Êx 37,7; Êx 26,1.31; I Rs 6,23; I Rs 7,29; 2 Cr 3,10.
   Deus mandou que, no deserto, Moíses fizesse a imagem de uma serpente de bronze (Nm 21,8-9), que prefigurava Jesus pregado na cruz (Jô 3,14). Que fique claro, Deus nunca proibiu imagens, e sim “fabricar imagens de deuses falsos”. Mas isso os cristãos nunca fizeram, parque a igreja nunca permitiu. As imagens sempre foram, em todos os tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas esculturas. Vitor Hugo dizia que as igrejas eram “bíblias de pedra”. As imagens nos lembram que aqueles elas represantam chegaram à santidade por graça e obra do próprio Deus. São exemplos a serem seguidos e diante de Deus intercedem por nós.

PROF FELIPE AQUINO
Escritor e apresentador na TV Canção Nova
blog.cancaonova.com/felipeaquino